Viver em Luanda

Olá amigos

Há muito tempo que não digo nada e são muitas as reclamações que recebo dos amigos de Portugal, assim vou tentar redimir-me contando-vos algumas das situações engraçadas por que tenho passado.

Num Sábado passado chegadinhos da praia, sim quando estava calor e nós íamos "a banhos" ao Fim de Semana, já a pensar onde seria o jantar e a noite, e não havia gota de água! Juntamente com os meus parceiros de casa Nuno e Bruno começámos a contar as garrafas de reserva e havia que racionar, eu com estes belos cabelos tinha direito a uma porção extra, o Nuno de cabelo rapada era o que tinha direito a menos garrafas. Comecei a analisar a situação e cheguei à conclusão que tinha 4l de água para lavar o cabelo. Sim senhor pelas minhas contas nem de longe nem de perto. Era impossível, mas também não podia sair naquele estado, lá conferenciámos vimos que ainda havia gin e a farra foi mesmo em casa, paracia uma "Beach party"...Antes de ir dormir um banhinho de Dodot´s, eu sabia que as 5 embalagens que trouxe iam servir para algo.

Um outro Sábado acordo de manhã as escuras, lá pensei, bem faltou a luz durante a noite há que ligar o gerador. Qual gerador nem um ar da sua graça, há pois é, era mesmo a escuridão. Tinha que ligar para o estaleiro mas como nestas situações corre tudo mal não tinha bateria no telemovel assim há que recorrer à vizinha, mas para piorar a situação o carregador do meu fabuloso telemovel SAGEN não funcionava, lá vou eu de carro para a sede na esperança que alguém lá estivesse e estava mesmo o António Ferreira que ligou para o estaleiro para ir alguém lá a casa. Lá foram mas o melhor foi quando disseram que o depósito do gerador só dava para 12h no máximo e que eu tinha que ter atenção pois mesmo a empregada atestando não aguentava a noite toda. Meus ricos colegas de casa que me fazem tanta falta. Assim hoje às nove da manhã lá estava eu prontinha para "atestar" o depósito. O primeiro problema foi pegar no bidon, quando dei por mim toda eu era gasóleo, aliás a minha figura devia ser tal que quando dei conta já tinha um rapaz à porta a olhar para mim e a pensar "coitada vê lá bem a tua figurinha" e a dizer deixe lá que eu ajudo, e como me soube bem a ajuda dele, aliás já combinei sempre que precisar chamo-o que ele trata de abastecer o depósito.

Outra das grandes variações neste periodo que não tenho escrito foi ter começado a conduzir, que bem que me sabe, apesar de ainda não ter carro o Baguinho deixou-me o dele não ia ficar aqui sózinha sem carro. Na semana passada lá fui eu com o A. Bibe para o Sumbe 400km sempre a andar ao som do Yuri da Cunha e outras Kizombadas sim que aqui já está tudo viciado nesta música.